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SEM SEGURANÇA: Faltam delegados em 150 cidades e crimes ficam sem solução na Paraiba

Pelo menos 150 municípios paraibanos continuam sofrendo com a falta de delegados. Em algumas localidades, como por exemplo Dona Inês, Cacimba de Dentro, Cacimba de Areia e Água Branca, a situação é ainda mais crítica, pois se estende por muitos anos.

A afirmação foi do delegado-geral da Polícia Civil, Canrobert Rodrigues, em entrevista realizada na manhã de ontem, na sede da Secretaria de Estado da Defesa e Segurança Social, no bairro de Mangabeira, em João Pessoa. Segundo ele, para minimizar os transtornos, tem delegado respondendo por até três cidades.

"Hoje a falta de pessoal é o principal problema que a polícia paraibana enfrenta", explicou. A falta de delegado em uma cidade implica diretamente na segurança pública, pois em muitos municípios as delegacias ficam quase que constantemente de portas fechadas. Para registrar uma queixa, é preciso ir à cidade vizinha. "Como tem delegado respondendo pela comarca, o problema foi minimizado, mas ainda é considerado crítico", declarou Rodrigues. Quando há um homicídio, por exemplo, é necessário esperar o delegado se deslocar até a cidade. "O delegado não está no local por 24 horas ininterruptamente", explicou.

O problema pode ser verificado, de acordo com Canrobert, em todo o interior paraibano. "No Brejo, no Cariri e em outras regiões, a situação é semelhante", frisou. Em João Pessoa, o problema também existe. O pouco número de profissionais pode refletir também no arquivamento ou na demora de andamento dos inquéritos policiais, não apenas de homicídios, mas sim de todo tipo de crime que chega à delegacia. Não são raros os casos em que os crimes ficam sem solução. Na capital há delegado responsável por até 200 inquéritos policiais.

A falta de viaturas também preocupa, segundo o delegado Canrobert Rodrigues. "Em todo o Estado, temos 322 viaturas e 36 motos, mas esse número não é suficiente para atender à demanda", explicou. A situação fica mais complicada, porque o número de ocorrências não para de crescer.

Apesar de confirmar o déficit de viaturas, o delegado não soube estimar qual a necessidade real da Paraíba, alegando que teria de fazer um levantamento específico. Se alguma quebra, não é possível fazer a imediata reposição. A demora das viaturas tem sido outra constante reclamação da população.

Além da escassez de delegados e transporte, as condições das delegacias paraibanas não é das melhores. "A Central de Polícia de Campina Grande só não foi interditada, porque não tinha lugar para transferir os presos, mas a situação era de calamidade", afirmou o delegado-geral. Na Central de Polícia de João Pessoa, há rachaduras, infiltrações e reclamações de ratos e baratas. Porém, Canrobert disse desconhecer essa realidade. "É bem verdade que a central tem estrutura precária, mas nunca recebi reclamação de que há ratos e baratas no local", explicou.

A delegacia do Geisel teve de ser interditada devido às péssimas condições físicas. O abandono era total. Há dois meses, no entanto, as instalações foram transferidas para um centro comunitário do bairro para a população não ficar totalmente sem assistência. "A situação era caótica, não podemos negar, mas a delegacia já está passando por reformas", disse. Há cerca de um ano, a delegacia da Infância e Juventude funcionava em um prédio com infiltrações, rachaduras e com a ligação elétrica improvisada. Os policiais eram desafiados a driblar as dificuldades para conseguir trabalhar.

A sede, porém, foi transferida para um prédio novo no Centro da capital. O mesmo aconteceu com a delegacia da mulher, que antes funcionava na avenida Dom Pedro I e recentemente foi transferida para a avenida Dom Pedro II.



Valéria SInésio, Jornal da Paraíba


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