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Polícia prende Cabo da PM acusado de praticar homicídios contra homossexuais em Patos

A Polícia Civil em parceria com a Polícia Militar do 3° BPM prendeu na tarde desta quarta-feira, 08, o acusado da prática de homicídios ocorridos em Patos contra quatro homossexuais e uma prostituta.

A operação denominada ‘Carcará’, em alusão aos hábitos de caça e semelhança ao modis operandi cumpriu o mandado de prisão temporária de 30 dias contra o Cabo da PM, José Jorlânio Nunes Lima, 42 anos, residente em Patos, mas que atuava em São Bento.

Os crimes foram praticados a partir de 2010, sempre no mesmo local, Campo da Buraqueira, e com as mesmas características tendo como vítimas fatais Deleon Silva Cirilo, homicídio ocorrido entre os dias 14 e 15 de Agosto de 2010; Sivanildo de Morais Araújo (Dida), em 04 de Outubro de 2010; Maria do Carmo Sousa dos Santos (Carmecita), em 21 de Julho de 2011; José de Arimatéia da Silva (Carol), em 16 de Outubro de 2011 e José Adailson Marques da Nóbrega (Big-Big), em 08 de Dezembro de 2011, além da tentativa de homicídio em que o nome da vítima não foi divulgado pela Delegacia.

De acordo com o delegado de homicídios da 5ª Delegacia Regional de Polícia Civil, Hugo Lucena Pereira, as investigações iniciaram em Outubro do ano passado com a morte do travesti, José de Arimatéia. “Na ocasião, a própria imprensa levantou a possibilidade de está havendo em Patos crimes relacionados à homofobia devido aos vários crimes envolvendo homossexuais com características semelhantes”, disse.

Ainda segundo o delegado, foi feito um levantamento junto aos travestis buscando identificar possíveis frequentadores da região do Campo da Buraqueira, local onde sempre ocorriam as mortes. Após essa investigação, a polícia conseguiu localizar um sobrevivente da tentativa de homicídio, vítima de José Jorlânio.

“Esse sobrevivente fez o reconhecimento de um dos possíveis suspeitos, dando cem por cento de certeza que seria o PM o matador dos homossexuais aqui em Patos. Nós, então, analisamos o modo de agir e outras provas que serão trazidas aos autos, verificamos que de fato, todos os atentados que ocorreram nos últimos tempos seriam atribuíveis a uma única pessoa, que no caso é o senhor José Jorlânio Nunes de Lima”, afirmou o delegado.

Hugo Lucena declarou que a ação do acusado pode ser considerada de um serial killer, tendo em vista que ele agiu para eliminar vítimas com características semelhantes, sendo ainda que elegeu para executar prostitutas e travestis que faziam ponto na região localizada entre a Estação Ferroviária e o Mercado Central. “A forma de execução sempre é a mesma, com os tiros sempre na cabeça e pelas costas”, afirmou.

Em depoimento, o acusado reservou-se ao silêncio, porém, as investigações continuam porque ainda há pontos que precisam ser esclarecidos.

O mandado de prisão temporária (30 dias) e o mandado de busca e apreensão foram realizados pelo Comandante da CPR II, o Coronel Almeida Rosas, sendo que foi antecipada para evitar que novas mortes fossem realizadas na cidade.
A ação policial reafirma o compromisso das polícias estaduais com a redução de Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLI).

De acordo com o delegado Hugo, após depoimento em que se manteve em silencio, Jorlânio foi conduzido para o Batalhão da Polícia Militar onde permanecerá à disposição da Justiça, e a partir de agora, haverá a análise de depoimentos e material apreendido na residência do acusado e realização de mais diligencias.

Na casa do acusado foram encontrados dvd’s e cartazes eróticos, além de munição e carregador. Já com ele, foi apreendida uma pistola de sua propriedade.

A prisão do policial foi feita em São Bento, sob o comando do Coronel Almeida Rosas, quando, em seguida foi conduzido a Delegacia de Polícia Civil, em Patos, para maiores esclarecimentos.

Segundo o Coronel, ele vai responder a um processo,e perante a Polícia Militar, será aberto um processo administrativo para que ele faça sua defesa contraditória. Caso se confirme todas as denuncias, ele perderá a farda; e caso não fique comprovada sua participação nos crimes, o Cabo volta as atividades normais.




Fonte: Acilene Candeia



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