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Médicos suspendem atendimentos nesta terça-feira

Profissionais protestam contra o ‘Mais Médicos’, mas população questiona forma de manifestação
Os médicos paraibanos suspenderão, nesta terça-feira (23), suas atividades nas unidades públicas de saúde e também nas clínicas e consultórios particulares. O movimento é nacional como forma de protesto contra o Programa Mais Médicos, do Governo Federal. Serão suspensos os serviços ambulatoriais, as consultas e cirurgias eletivas, atendendo apenas os casos de urgência e emergência. A categoria vai paralisar os atendimentos, ainda, nos dias 30 e 31 deste mês. Contudo, quem depende do serviço questiona a forma de protesto.

“Se os médicos estivessem mesmo preocupados com a situação da população, eles não precisariam paralisar os atendimentos e protestariam de outra forma”. A declaração da atendente de um restaurante de João Pessoa, Ranayssa Costa, é a avaliação de muitos que passam até meses esperando por uma consulta para ser desmarcada.

Sendo afetados pelo caos na saúde pública, os paraibanos esperam que o problema seja resolvido não apenas com o aumento na contratação de médicos, mas também na melhoria na qualidade dos serviços. As pessoas reclamam no mau atendimento nos hospitais e nas unidades de saúde da família, pois quando procuram tais serviços, precisam esperar dias, ou até mesmo meses, para ter um retorno. Para os entrevistados pela reportagem, o mais importante é que eles sejam atendidos, seja por médicos brasileiros ou estrangeiros.

A dona de casa Maria Anunciada do Nascimento disse que é a favor de que médicos de fora do país trabalhem aqui, “já que os brasileiros não querem”. Ela contou que a filha está há 15 dias com dores fortes na cabeça, mas ainda não foi atendida porque na unidade de saúde que foi não tinha médico. “Depois nos dirigimos ao Hospital do Valentina e me informaram que eu deveria procurar uma unidade de saúde. E agora, quando ela vai ser atendida?”, questionou.

Ação na Justiça

O Conselho Federal de Medicina (CFM) entrou com uma ação civil pública na última sexta-feira contra a União para suspender o Mais Médicos. A entidade garantiu que outras ações serão apresentadas na Justiça. A ação civil pede que os conselhos regionais não sejam obrigados a fazer o registro dos médicos estrangeiros que aderirem ao programa sem comprovar a revalidação dos diplomas até que a questão seja analisada pelo Judiciário.

CRM defende protesto

De acordo com o presidente do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM - PB), João Medeiros, o objetivo da paralisação é chamar atenção do Governo Federal para as reivindicações da categoria, mas o protesto não deve afetar a saúde dos pacientes. “Urgência e emergência continuarão funcionando normalmente e os procedimentos eletivos serão remarcados para o dia seguinte ou de acordo com a disponibilidade da unidade de saúde”, explicou.

Segundo ele, os médicos se reunirão durante todo o dia na sede do CRM-PB, onde funcionará um núcleo de crise, formado por uma comissão médica para esclarecimentos de dúvidas da categoria. Além disso, os profissionais estarão mobilizados, distribuindo material informativo para a população sobre suas reivindicações.

Programa

O Programa Mais Médicos tem o objetivo de aumentar o número de médicos atuantes na rede pública em regiões carentes, e permite a vinda de profissionais estrangeiros sem a necessidade de revalidação do diploma.

A previsão do Ministério da Saúde é que até 18 de setembro todos os profissionais escolhidos estejam atuando no país.

Fonte: Jornal Correio da Paraiba



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