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Colegio Evolução promove Palestra sobre o Golpe Militar de 1964

A noite desta quinta-feira, dia 10, trouxe bem mais que um depoimento emocionante e revelador do ex-preso político Edival Nunes Cajá. A atividade ocorrida no auditório do SEBRAE, localizado no Rodo Shopping Edivaldo Mota, em Patos, promovida pela Escola Evolução/Gente Inocente, trouxe também revelações do que representou o Golpe Militar de 1964 no Brasil que completa 50 anos.

O público do Projeto Ecos da Ditadura, idealizado pelas professoras Gerlúzia Vieira, Klítia Cimene e Romselly Mendonça, foi composto por jovens com idade entre os 14 e 19 anos, mas também contou com diversas pessoas que viveram o período sombrio no Brasil durante os anos em que o país esteve com as liberdades democráticas interrompidas e sob o domínio de militares do Exército Brasileiro com apoio dos Estados Unidos da América.

Representantes de sindicatos marcaram presença, a exemplo do presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas da Paraíba (STIUPB), Wilton Maia, a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Serra Grande, Valdereis dos Santos e do presidente do Sindicato Intermunicipal dos Agentes de Trânsito da Paraíba, Antônio Coelho.

Antes dos debates de Edival Nunes Cajá e da professora Iranice Muniz foi exibido um vídeo produzido pela Comissão Nacional da Verdade com momentos do Golpe Militar e fazendo menção para a ruptura política, os presos políticos, os assassinatos a mando do Estado, os depoimentos das vítimas que sobreviveram e sobre qual a finalidade de discutir o passado para que fatos como os ocorridos não voltem a fazer parte da história do Brasil.

“A história desse país deve ser contada sem as mentiras da classe dominante. A nossa juventude lutou e luta por uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária. Se eu voltasse ao passado tenham certeza que faria tudo de novo. Eu só não fui assassinado durante a prisão porque milhares de estudantes e o povo se mobilizaram pela minha liberdade. Devo lembrar o Arcebispo de Olinda (PE) Dom Hélder Câmara que enviou uma carta ao Papa e esse mandou carta ao General Ditador pedindo que poupasse minha vida. Os assassinos estão livres, corpos estão desaparecidos e nosso país deve restabelecer a verdade e punir os culpados que mancharam a história matando homens, mulheres e até torturou crianças”, relata Cajá.

Após a explanação dos debatedores, os presentes puderam fazer perguntas aos convidados da mesa. O Cabo Silvano Morais, presidente da ONG Abolição Militar, denunciou que o processo de formação dos Policiais Militares é uma afronta aos direitos humanos e cria um sentimento de revolta que leva a violência. Cabo Silvano disse que é necessário ocorrer mudanças para que fatos como os ocorridos durante sua formação, na qual ele foi jogado numa fossa séptica, não voltem a acontecer, pois é um ato de tortura institucionalizado e que não contribui em nada com a formação. Silvano é um defensor da desmilitarização da polícia.

A estudante Victoria Layze interagiu dizendo que os jovens de hoje em dia estão acomodados e não lutam. Ela se surpreendeu com as lutas desenvolvidas para trazer de volta a democracia que teve principalmente a juventude na vanguarda dessa reivindicação legítima do povo. Outros jovens também fizeram perguntas sobre a censura, justiça e outras questões.

A contadora Lurdinha, da cidade de Patos, entregou uma carta à professora Iranice Muniz que é membro da Comissão da Verdade na Paraíba. Lurdinha revelou que seu pai Manoel Oliveira foi uma das vítimas do Golpe de 64. A carta fará parte agora do material que está sendo estudado pelos componentes da comissão no Estado da Paraíba.

As atividades sobre os 50 anos do Golpe Militar promovida pela escola seguirá com mesa-redonda, passeata, sessão de cinema e um festival de música.







Fonte: Jozivan Antero – Patosonline.com



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