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Programa estadual cancela entrega de pão para 120 mil paraibanos

Programa 'Pão e Leite' só vai entregar o pão até esta sexta-feira (31).
Em algumas regiões da Paraíba, o leite já não estava sendo entregue.

Os paraibanos cadastrados no programa estadual 'Pão e Leite' só receberão o pão até esta sexta-feira (31), quando o fornecimento será encerrado. O programa atende ao todo 120 mil paraibanos. Em algumas regiões da Paraíba, como em João Pessoa, o leite já não estava sendo entregue há algum tempo, porém de acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Humano (Sedh), o produto continua chegando à mesa da população de 72 municípios. Segundo a pasta, o programa foi reformulado e os beneficiários receberão um cartão alimentação, cujo valor ainda não foi definido, em substituição à entrega do pão.

Isso significa que os municípios que já recebem o leite permanecerão tendo acesso ao alimento, mas nas demais cidades será implantado o cartão alimentação para que os beneficiários do programa que recebiam apenas o pão passem a ter direito ao complemento alimentar, segundo a secretária da Sedh, Aparecida Ramos.

Apesar disso, Cida Ramos afirmou que, como muitos dos beneficiários do programa não sabem ler ou possuem pouca instrução, as equipes da coordenação do 'Pão e Leite' farão um trabalho junto às famílias durante o mês de agosto. Como o pão deixa de ser fornecido nesta sexta-feira e o mês seguinte será destinado para treinamento e implementação do cartão, que terá senha pessoal e intransferível, os paraibanos só contarão com o benefício do Bolsa Família.

“A partir de 1º de setembro, os créditos já estarão disponíveis no cartão para que as famílias possam comprar alimentos”, pontuou.

Os paraibanos cadastrados não receberão mais o pão, como a aposentada Maria Ferreira, 69 anos, que mora no bairro do Róger, em João Pessoa, e que lamentou a suspensão do fornecimento.

“Só recebo um salário mínimo para pagar aluguel, água, luz, gás, feira e remédio. Tem dia que não tenho um centavo para comprar pão e me valho desse programa. Fico com o coração apertado só em pensar que não vou mais receber essa sacolinha de pão”, relatou.

A dona de casa Maria de Lourdes, 27 anos, disse que passará pela mesma dificuldade.
“São três crianças em casa. Vai ser muito ruim sem o pão. Vai fazer falta”, disse.

A secretária da Sedh, Aparecida Ramos, esclareceu que os paraibanos cadastrados no programa não deixarão de ter o complemento alimentar, já que o quase extinto 'Pão e Leite' foi reformulado, de modo que a entrega do pão será substituída por um cartão alimentação por família, que ainda não tem valor definido.

“Com esse cartão, a pessoa só pode comprar alimento e em supermercados e padarias, por exemplo, de redes credenciadas. O valor ainda está sendo estudado, mas esse complemento para alimentação passa a ser inserido nas Políticas de Segurança Alimentar e Assistência Social”, afirmou. Cida Ramos explicou que o fornecimento de pão não era reconhecido dentro dessas políticas e que esse foi um dos principais motivos para a reformulação do programa.

“O Estado tinha problema com a distribuição que gerava filas para o recebimento, o que vai de encontro com o que estabelece a Política de Assistência Social. O leite continuará sendo entregue em 72 cidades, pois a entrega do leite ajuda a manter a atividade do produtor, além de gerar renda para os municípios, o que também será possível com o cartão alimentação, uma vez que o pão era adquirido e trazido para o Estado. Com o cartão, os alimentos serão comprados aqui mesmo”, disse.

O público-alvo do programa são gestantes, mães que estão amamentando, idosos e crianças de até sete anos de idade. Os critérios para ter acesso ao benefício são estabelecidos pelo governo federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), como estar inserido no Cadastro Único, ter renda per capita de até meio salário mínimo, estar gestante e fazendo o pré-natal regularmente, nutrizes (mães que ainda amamentam), crianças de 2 a 7 anos com o cartão de vacinação em dia, idosos e pessoas com deficiência.

Fonte G1 Paraiba


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