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Especialista cita retrocesso e defende fibra ótica contra internet fixa limitada

Mesmo após a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) ter proibido, por tempo indeterminado, que as operadoras limitem a internet fixa no Brasil, o debate sobre o assunto ainda rende. Atualmente, mais de 25 milhões de brasileiros acessam a internet por redes fixas. O Procon-JP e o Ministério Publico do Distrito Federal procuram formas de barrar essa iniciativa e usuários mostra-se insatisfeitos com a mudança e cobram melhorias do serviço. Um especialista defende a ampliação da rede de fibra ótica no país.

Marcos Santos, atual secretário do Procon-JP informou que o órgão entrou com uma ação na 4ª Vara da Fazenda Pública, em João Pessoa, pedindo que as operadoras de banda larga fixa se abstenham de suspender ou reduzir a velocidade de dados da internet fixa, ao alcançar o limite da franquia previsto em contratos novos. Para ele, a atitude da suspensão que a Anatel tomou há alguns dias foi sob pressão popular. Marcos também comentou que o Procon-JP foi um dos poucos que manifestaram diretamente com uma ação civil publica no judiciário para o questionamento dessa posição das operadoras.

A Gabriela Garcia, repórter e estudante de Jornalismo, é contra a ação das operadoras. “Além de pagarmos caro pelos serviços de internet, sofremos quando chove, ou quando o sistema está fora do ar. A internet é um direito universal. Pagamos porque queremos um produto de qualidade. Eu amo ficar logada o tempo todo, mas mesmo assim não pago caro por pacotes de dados, porque sou controlada. Mas uma pessoa que não vive sem, tanto para o trabalho, quanto para a vida social, paga qualquer valor. Os gastos vão aumentar e muito. Vamos todos sentir o impacto”, afirmou.

O estudante de Engenharia, Gabriel Menezes, também é contra limitação da internet fixa. “Eu não concordo com esse método que eles pretendem adotar para limitar grande parte da população que atualmente necessita dessa ferramenta. É uma falta de respeito com o consumidor. Além do preço que é totalmente abusivo para serviços tão variantes. Mas eu ainda tenho esperança que alguém, algum órgão responsável por defender os nossos direitos como consumidores, tome a frente e tente reverter essa situação, para que nós não sejamos tão prejudicados.”

Josué Veloso, dono de uma das maiores páginas de Entretenimento nas redes sociais (Brasileiríssimos) também comentou sobre o assunto. "A franquia não é um problema. O problema é que aqui no Brasil a gente já paga por um serviço caro, e não recebe a velocidade que você contrata. É um serviço péssimo. As operadoras não têm a obrigação de passar a velocidade que você contrata, isso já é uma coisa absurda. A internet cai quando você precisa de alguma coisa, como já aconteceu várias vezes comigo que dependo da internet para o trabalho. Eu fico à mercê. Eu não tenho o que fazer. É chegar para o cliente e falar que estou sem internet e dizer que não tenho previsão de quando o suporte vem. É bem absurdo.”

Para o promotor e diretor-geral do Ministério Publico no Programa de Proteção e Defesa do Consumidor na Paraíba (MP-Procon), Francisco Glauberto Bezerra, a internet atualmente é o setor mais reclamado e que precisa ser investigado. O Ministério Publico da Paraíba (MPPB) já fez varias ações e continua a entrar com mais, inclusive contra a essa ideia de limitação e até mesmo contra a Anatel. Segundo ele, a Anatel só tomou essa decisão de proibir a limitação por tempo indeterminado depois da movimentação dos órgãos de defesa do consumidor do Brasil. Foi preciso que todo o sistema de defesa do consumidor agisse para que isso acontecesse. “Esse simples fato demonstra o desrespeito pela constituição... Eles só visam o lucro” comentou.

Especialista critica

O limite na banda larga fixa reflete retrocesso e falta de investimento no setor. A crítica é do especialista em planejamento de tecnologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Eduardo Morgado.

"Ter algum tipo de limite do uso da nossa escassa banda é algo no qual não se tem saída. Se você vai fazer isso da forma como o governo atual gosta de fazer, taxar e sobretaxar quem gasta mais, é a unica a ser feita. É um retrocesso da mesma forma que foi incentivar a compra de eletrodomésticos e depois criar limites para o uso de energia elétrica e sobretaxar, também foi retrocesso. Nós vivemos em um governo que não investe em infraestrutura", disse o especialista.

Eduardo Morgado apontou um possível caminho para amenizar a problemática no país. "Investimento em fibra ótica. É a única forma de alargar a banda de todos os brasileiros. Hoje a internet continua utilizando fiação telefônica antiga; todos cresceram usando telefonia ADSL; é preciso investir em fibra ótica".

Fonte portalcorreio


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