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Diretor do SAMU Patos esclarece sobre denúncia de médico do HRP

O diretor geral do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Patos, Pedro Augusto Timóteo, concedeu uma entrevista coletiva à imprensa patoense na manhã desta terça-feira, dia 17, para gerar esclarecimentos sobre as denúncias do médico Edivan Benevides, plantonista do Hospital Regional de Patos.

Benevides participou ontem (segunda) de um programa de rádio de abrangência estadual para afirmar que estava revoltado com o tratamento dispensado pelo SAMU de Patos. Segundo ele, um jovem vítima de acidente no último sábado 14, foi transferido pelo SAMU para Campina Grande, acompanhado por um técnico e um condutor, e acabou falecendo durante o trajeto. Além disso, Benevides falou sobre uma possível resistência do SAMU em atender as solicitações do HRP. Por último, ele disse que iria denunciar o caso ao Conselho Regional de Medicina.

Para responder às declarações do médico em questão, Pedro Augusto iniciou a entrevista dizendo que o corpo de profissionais do SAMU está bastante triste com as acusações lançadas, pois segundo ele, trata-se de acusações infundadas e inconseqüentes. “O transporte de pacientes não é de competência, nem responsabilidade do SAMU. O serviço é de tratamento pré-hospitalar que trabalha exclusivamente levando o paciente do local onde se encontra para o hospital. O transporte entre hospitais é de competência do hospital que recebeu esse paciente. O que acontece é que alguns médicos de fora têm assumido plantões sem condições técnicas suficientes, como por exemplo, não possuem habilidade para realizar procedimentos cirúrgicos. Pacientes traumatizados têm sido recebidos pelo HRP, e logo são encaminhados para outros hospitais, e isso tem causado muitas mortes e outros problemas sérios não só para o SAMU, mas para toda a população. É preciso esclarecer que estamos tentando resolver a questão e não polemizá-la. Mas é fato que, a ausência de profissionais especialistas no Hospital de Patos têm gerado transtornos. Os médicos clínicos não devem assumir a responsabilidade de plantões sem que haja a presença de um médico cirurgião. Porém, isso tem acontecido, e muitas vezes procuram transferir a responsabilidade para o SAMU, mas sabemos que o hospital possui UTI’s móveis e vários médicos de plantão, que poderiam muito bem intervir no caso, ou até acompanhar o transporte do paciente”, disse.

Quanto à declaração de que o SAMU estaria oferecendo resistência às solicitações do HRP, Pedro Augusto afirmou que a política que move o serviço é a da saúde. “A única política que fazemos no SAMU é a da saúde, não da politicagem. O SAMU tem levado os pacientes até o hospital como sempre fez, mas a transferência para outro hospital é de responsabilidade da unidade recebedora. O SAMU só é obrigado a realizar esse procedimento exclusivamente no caso onde todos os recursos do hospital tenham sido exauridos. O que não é o caso, pois existem duas UTI’s móveis. Quanto ao médico dizer que vai levar a denúncia junto ao CRM, digo que isso acarretará em complicações para ele mesmo, já que assumiu um plantão sem a presença de um cirurgião e sem condições de receber os pacientes. Nesse dia a presença de um médico do SAMU na ambulância não iria resolver o problema. O paciente precisava ser operado com urgência, mas a ausência de médicos capazes de realizar uma intervenção cirúrgica, impossibilitou isso”, relatou.

Klauber Marques, que atua como cardiologista no HRP e também já foi diretor clínico na mesma casa, considerou que o problema passa por uma questão de gerenciamento. “A população precisa de médicos especialistas e também os que atuam nas UTI’s móveis. Na atual situação os médicos que estão vindo atuar no hospital não estão resolvendo porque ainda falta médicos. Precisamos parar de dar foco a uma questão política e unirmos a sociedade civil organizada, representantes do governo e município, para que possamos discutir uma situação que vai mais além, passando até pela questão de incentivo para os médicos. Falta pessoas coerentes, imparciais e capacitadas para resolver a questão, e não apontar culpados”, comentou.

Para o representante do Conselho Regional de Medicina (CRM), Tiago Pereira, “o órgão tenta amenizar essas situações de forma pacífica, não só fiscalizando, mas orientando. Estamos vendo muitos médicos ainda inexperientes, e isso nos preocupa. Tem muitos médicos assumindo a responsabilidade de um plantão sem condições de fazer. O médico quando assume um plantão, ele tem que ser responsável por tudo. Se fizer isso sem condições estará infringindo o código de ética médica. Uma questão bastante recorrente no CRM são as dúvidas em relação ao transporte de pacientes. O transporte entre hospitais além de ser de responsabilidade do hospital que recebe o paciente, o mesmo deve se encontrar estabilizado. Deve-se fazer o mínimo possível. O CRM vem vendo isso com preocupação e iremos tomar uma posição”, explicou.



Fonte: Ascom PMP
Foto: Patosonline



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