Ronaldo teve direitos políticos cassados no regime militar

Três anos depois (1962), foi eleito deputado estadual, com 3.796 votos, do quais 2.057 de Campina Grande.
Em 1964, sob o regime militar, acompanhou de perto o afastamento do prefeito Newton Rique, seu amigo, que, além de perder o mandato conquistado no ano anterior, teve os direitos políticos cassados por dez anos. Ronaldo talvez não imaginasse que, cinco anos depois, passaria pela mesma situação.
Em 15 de novembro de 1968, já pelo MDB, elegeu-se refeito de Campina Grande, com 13.429 votos. O segundo colocado, Antônio Vital do Rêgo (pai do atual prefeito Veneziano), recebeu 8.415 votos.
Ronaldo assumiu em 31 de janeiro do ano seguinte e, menos de dois meses depois, em 14 de março, foi afastado pelo Ato Institucional Número 5 (AI-5), tendo também seus direitos políticos cassados. Mudou-se, então, para São Paulo e depois para o Rio de Janeiro, dedicando-se à carreira jurídica.
Em 1982, após a anistia, voltou a se candidatar à Prefeitura de Campina Grande, sendo mais uma vez eleito, atingindo 40.679 votos. Antônio Vital do Rêgo, desta vez, ficou com 28.625 votos.
Ronaldo Cunha Lima administrou Campina Grande de 1983 a 1989, sendo sucedido pelo filho, Cássio Cunha Lima.
No ano seguinte entrou na disputa pelo Governo do Estado, sendo eleito com 704.375 votos, contra 571.802 conquistados pelo seu adversário, Wilson Braga. Ele governou a Paraíba de 15 de março de 1991 a 02 de abril de 1994, quando renunciou, entregando o cargo ao vice, o atual senador Cícero Lucena, para concorrer ao Senado que, naquele ano, renovava-se em dois terços.
Formou chapa com Humberto Lucena, também candidato a senador, e Antônio Mariz, candidato a governador, que tinha José Maranhão com candidato a vice-governador. E o trio acabou eleito, Ronaldo com a maior votação para o cargo de senador, 517.832 votos.
Em março de 1998, Ronaldo rompeu com José Maranhão, que havia assumido o Governo do Estado com a morte de Antônio Mariz.
O episódio que marcou o rompimento aconteceu em 21 de março daquele ano, quando, na comemoração de seu aniversário, Ronaldo fez um discurso atacando fortemente Maranhão, que estava presente ao evento do Clube Campestre, em Campina Grande.
Após a confusão, Ronaldo Cunha Lima se lançou pré-candidato a governador, disputando a indicação do PMDB com o adversário. Perdeu as prévias e, até hoje, aliados garantem que José Maranhão teria trapaceado, inclusive comprando os votos de partidários – fatos nunca efetivamente comprovados.
Após o revés, Ronaldo e seu grupo político migraram para o PSDB. Em 2002, o filho, Cássio Cunha Lima, disputou o Governo do Estado.
Para viabilizar uma aliança com o PFL, Ronaldo cedeu vaga para que os aliados (Efraim Morais e Wilson Braga) disputassem os cargos do Senado, enquanto ele concorreu e se elegeu deputado federal, com 95.537 votos, a segunda maior votação do Estado, e a maior de Campina Grande.
Em 2006, fisicamente debilitado e quase sem fazer campanha, foi reeleito deputado, com 124.192 votos, a sétima no Estado – e terceira em Campina.
Em 31 de outubro de 2007, renunciou ao mandato, para não ser julgado no Supremo Tribunal Federal.
Fonte:
Nenhum comentário