Homem descreve acidente de Gabriel Diniz: "Caindo sem asa" - Catingueira Online - Sua fonte diária de notícias

Homem descreve acidente de Gabriel Diniz: "Caindo sem asa"

Moradores da região foram os primeiros a chegar no local do acidente onde cantor e dois pilotos morreram em uma queda de avião de pequeno porte.

Era por volta de 12h30 da última segunda-feira (27) quando o piloto de lancha Ronaldo Luiz Oliveira Santos, 50 anos, ouviu o barulho da queda do avião de pequeno porte onde o cantor Gabriel Diniz e dois pilotos estavam antes de cair. Ele estava na casa dele no Povoado Porto do Mato, em Estância, na região sul de Sergipe, e não pensou duas vezes antes de sair de casa e decidir ajudar a encontrar possíveis sobreviventes.

“Eu estava em casa sozinho quando escutei um barulho diferente. Ao ir olhar, vi que era um avião caindo e despedaçando”, disse Ronaldo Santos.

De acordo com ele, a aeronave foi despedaçando enquanto caía. “De início ele já estava descendo com metade de uma asa e a outra inteira. Perto de chegar ao chão, a outra asa caiu e o avião começou a rodar”, contou.

"Não pensei duas vezes em ir ajudar. Primeira coisa que fiz foi correr para tentar encontrar algum sobrevivente. Eu gosto de ajudar as pessoas. Eu estou aqui para ajudar a todos. Se acontece uma coisa dessas nós ajudamos. Nesses três dias ajudei de graça", disse Ronaldo Santos.

Além dele, várias pessoas que estavam próximas ao local do acidente se ofereceram com a intenção de resgatar os envolvidos no acidente.

“Eu e mais ou menos seis pessoas fomos na minha lancha tentar chegar ao local. Além disso, foram mais dois barcos e uma lancha. Todo mundo foi se oferecendo para ir ajudar e saber o que aconteceu. Quando chegamos metade da fuselagem já estava enterrada”, disse Ronaldo.

O Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) foi acionado por volta das 12h32 desta segunda-feira. Equipes da PM e do Corpo de Bombeiros chegaram ao local do acidente numa embarcação dos bombeiros, já que a área é de difícil acesso, de mangue e mata fechada.

“A minha casa é perto do local e demorou cerca de cinco minutos até chegar à área onde a aeronave caiu. Primeiro tentamos ir de lancha e de barco, mas não deu. Daí nós tivemos que ir a pé pela lama para poder chegar ao local. Eu vi uma situação muito feia. Muita gente veio para ajudar e depois achamos os corpos no manguezal”, disse.

Para Ronaldo, o trabalho que, começou por volta de 13h e durou até as 16h, valeu a pena no final do dia. “Depois de tudo eu me senti aliviado no fim do dia. O que pudemos fazer para tentar salvar alguém nós fizemos”, falou.

Material do avião encontrado


Na terça-feira (28), os técnicos do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) e da Polícia Federal estiveram no local da queda. Pedaços da fuselagem e assentos da aeronave foram encontrados depois de cerca de quatro horas de buscas.

Os destroços foram colocados em uma área isolada. Parte de uma asa que caiu a cerca de 400 metros de distância também foi trazida para a área de isolamento. Para ter acesso à área, os peritos e policiais tiveram ajuda de moradores do povoado. O motor, que é tido como parte importante da investigação, foi recuperado no início da noite.

No início da tarde desta quarta-feira os primeiros destroços da aeronave chegaram ao Aeroclube de Sergipe, em Aracaju, distante 60 quilômetros do local da queda. Os destroços do avião vão ficar no aeroclube, onde a equipe do Seripa vai dar continuidade à perícia.


Segundo o Seripa, depois de juntar todas as peças, os técnicos vão reproduzir a cena do acidente para tentar entender o que aconteceu.

A Polícia Federal também está na investigação e já realizou uma seleção inicial das testemunhas que serão ouvidas, mas ainda não tem uma data definida de quando isso vai acontecer.

Já o comando da Aeronáutica quer saber se o cantor Gabriel Giniz pagou ou não pelo voo, já que o monomotor não tinha autorização para fazer voos de transporte de passageiro, apenas para treinamento de pilotos.

Sepultamentos
O corpo de Gabriel Diniz foi enterrado no Cemitério Parque das Acácias, no Bairro José Américo, em João Pessoa (PB), no fim da tarde desta terça-feira (28)

Também foram sepultados na terça-feira o corpo do piloto e do copiloto da aeronave. Abraão Farias foi sepultado por volta das 17h no Memorial Parque Maceió, no Bairro do Benedito Bentes. O corpo de Linaldo Xavier foi sepultado no cemitério público do povoado Tingui, na Zona Rural de Água Branca, Sertão alagoano.





Fonte Por Demétrius Oliveira, G1 SE




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